sábado, 27 de outubro de 2007

ZECA MEDEIROS

O Zeca é um pássaro. Ele canta, encanta, inventa e reinventa, sem nunca cansar quem o ouve - e quem o vê. Porque ver o Zeca é tão importante como ouvi-lo [...] na entrega, no modo inteiro como interpreta as suas canções de amor e mágoa, esperança e desencanto e saudades de um futuro em que não desiste de acreditar, mesmo se o presente tantas vezes parece empenhado em desmenti-lo. [...]
Ainda por cima, o Zeca é uma das melhores pessoas que me foi dado conhecer e ter como amigo, o que não é nada despiciendo nestes tempos em que a honra e a verticalidade são tão desprezadas, em contraponto com a leviandade e a hipocrisia, convertidas em valores instituídos da sociedade do faz-de-conta em que nos querem fazer viver.”
Viriato Teles
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José Medeiros, o Zeca Medeiros, nasceu em Vila Franca do Campo, ilha de S. Miguel, em 1951. Para além de realizador de televisão, é cantor, compositor, letrista, actor. Portanto... um homem cheio de talentos.
Funcionário da RTP Açores, desde 1976, realizou trabalhos televisivos como: “Xailes Negros” (1986); “Sete Cidades - A Lenda do Arcebispo” (onde se desdobra como compositor, letrista e intérprete; “Gente Feliz com Lágrimas”, série baseada no romance homónimo de João de Melo; “O Barco e o Sonho”, adaptação da novela com o mesmo nome de Manuel Ferreira. Esteve presente nas bandas sonoras de “Mau Tempo no Canal” e “Feiticeiro do Vento”.
Entre outros, gravou “Cinefílias e Outras Incertezas” que deu origem a um espectáculo, que tive o privilégio de ver, no Teatro Ribeiragrandense e achei fabuloso.
Com o CD “Torna Viagem”, conquistou o Prémio José Afonso, em 2005.
Recentemente, foi o Cipriano (e que pena “morrer” tão cedo) na telenovela “Ilha dos Amores”, ainda a passar na TVI.
Gosto muito de o ouvir cantar e reconheço nele um enorme talento. Presto aqui, apenas, uma pequena homenagem a um “filhos de S. Miguel” que engrandece tanto os Açores como o País.
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CANTIGA DA TERRA
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Quero ver o que a terra me dá
Ao romper desta manhã
O poejo, o milho e o araçá
A videira e a maçã.
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Ó mãe de água, ó mãe de chuvas mil
Já não quero o teu aguaceiro
Quero ver a luz do mês de Abril
A folia no terreiro.
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E vou colher inhames e limões
Hortelã e alecrim
E vou cantar charambas e canções
P´ra te ver ao pé de mim.
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E nos requebros deste teu “bailhar”
Quero ser o cantador
E vou saudar a várzea desse olhar
Ao compasso do tambor.
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Zeca Medeiros (intérprete e autor da letra e da música )

sábado, 20 de outubro de 2007

A "minha" ilha

A Ilha Do Meu Fado
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Esta ilha que há em mim
E que em ilha me transforma
Perdida num mar sem fim
Perdida dentro de mim
Tem da minha ilha a forma
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Esta lava incandescente
Derramada no meu peito
Faz de mim um ser diferente
Tenho do mar a semente
Da saudade tenho o jeito
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Trago no corpo a mornaça
Das brumas e nevoeiros
Há uma nuvem que ameaça
Desfazer-se em aguaceiros
Nestes meus olhos de garça
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Neste beco sem saída
Onde o meu coração mora
Oiço sons da despedida
Vejo sinais de partida
Mas teimo em não ir embora
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Letra: João Mendonça
Música: Zeca Medeiros
Intérprete: Dulce Pontes
... "Mas teimo em não ir embora"...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

AÇORES: o Paraíso por 9 ilhas repartido

"Sonha-se o Paraíso. Ele existe. Sonham-se nove paraísos. Eles existem. Sonha-se ir lá. E fui. [...] Vim com os olhos rasos de espanto e o coração pleno de gratidão, por trazer comigo para sempre, tudo o que vi e senti."

Maria da Graça Queiroz, in Tempo Livre (Revista do Inatel)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Gestos que enchem o coração

Hoje fui surpreendida com uma encomenda, vinda de S. Miguel e enviada por amigos meus, que aí vivem.
Trazia este postal por eles feito no computador.

Trazia, também, umas quantas embalagens do delicioso chá Gorreana, bolos lêvedos e caramelos de chocolate (da Maria da Glória Moniz, das Furnas), queijadas da Vila (de Vila Franca do Campo, claro!). Atirei a dieta às urtigas e preparei uma merenda a preceito, com adereços açorianos, como não podia deixar de ser.

Mas há mais... até me mandaram um inhame!!!!!

No verso do postal, escreveram: "Esperamos que, com este pequeno mimo, sintas os cheiros e os sabores desta ilha e mates as saudades."
Por vezes, há dias negros ou cinzentos nas vidas de todos nós. Hoje, o meu dia foi iluminado pelo carinho dos meus amigos.
Costumo dizer que "choro por tudo e por nada", mas hoje o choro não foi por nada. Vale a pena ter amigos que nos mimam, que sabem do que gostamos e que se esforçam por nos dar felicidade.
Gosto muito, muito, de vocês!
Mas desenganem-se! Ao contrário de me matarem as saudades da "nossa ilha", AUMENTARAM-NAS.
Obrigada por fazerem parte da minha vida.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Santa Maria, a ilha-mãe

Muito bom o novo livro de Daniel de Sá. Um "guia turístico" muito original, lindo, de grande qualidade gráfica e a escrita inconfundível do autor. Uma viagem, à História da ilha e das suas gentes, conduzida pela memória dos afectos.
O José Augusto Soares já pode lê-lo na íntegra. Espero que goste tanto como eu.