sexta-feira, 13 de junho de 2008

O RECONHECIMENTO MERECIDO

Nesta casa da Maia (Ribeira Grande), vive um Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Claro que já toda a gente sabe quem é.
Para quem andar distraído, pode saber a resposta no Blogue Luar de Janeiro.

15 comentários:

Ibel disse...

Um grande abraço para o ENORME escritor e para o Homem lindo da Ribeira Grande.

Parabéns, Daniel!

Elisabete disse...

Subscrevo o comentário da Ibel.
Parabéns e escreva sempre!

Cris disse...

Junto-me a Ibel e Elisabete,parabéns Daniel ,por todos os sonhos que nos oferece em sua literatura e por ser este homem lindo e maravilhoso que és.

QZ disse...

No ano lectivo passado dei aulas na Maia e às vezes cruzava-me com ele, porque dava catequese na mesma sala em que eu dava aulas. Uma pessoa simples cheia de talento.

Elisabete disse...

É fantástico como o Daniel de Sá tem tantos admiradores!
Nunca "As Ilhas Encantadas" e o "Luar de Janeiro" tiveram tantos comentadores.
É bom saber isso.

Daniel de Sá disse...

Vocês estragam-me com tanto elogio. Sei que o fazem com boa intenção, acredito que sentindo mesmo o que dizem... mas é por isso mesmo que me estragam! No entanto, tenho de confessar que é muito bom sentir-me acarinhado desta maneira. Curiosamente, só não sei quem é a Luce, apesar de ela dizer que nos encontrávamos no salão paroquial, aqui a 50 metros da minha casa. Abraços. (A "minha" clown não me perdoaria se eu não enviasse um par de beijos. Pois que vão para as outras também.)
Daniel

Elisabete disse...

E que mal tem dar mimos a quem os merece?
Até porque os nossos "mimos" nada são comparados com os "mimos" com que nos presenteia.
Um grande abraço

Anónimo disse...

Parabéns, Daniel de Sá.

Um escritor não se deve tornar conhecido porque recebeu um prémio, mas infelizmente neste país...é raro premiar quem merece.

Que é o caso.

joão coelho disse...

Nascido e criado em S.Miguel até Junho de 75 - mais de 30 anos - nunca me cruzei com Daniel de Sá..consequência, muito provávelmente, da "Litoralidade/Interioridade" que também havia na ilha do Arcanjo, no meu tempo.. (basta dizer que só fui ao Nordeste com mais de 25 anos, e lembrar a epopeia das excursões às Furnas, da Escola Industrial, nas camionetas do Varela, com as descidas e subidas do Pisão e das Pedras do Galego, vias de piso térreo que eram um tormento para motoristas e passageiros )
Ou seja, a Maia era longe, muito longe..e julgo que o Daniel de Sá não era muito de vir à cidade..
Por outro lado, nunca li livros seus enquanto estava em S.Miguel e agora que vivo em Lisboa, dos Açores só nos chegam noticias do famigerado anti-ciclone..
Mas neste "isolamento" cultural o Daniel não está só; lembro, apenas como breve exemplo, os nomes de Emanuel Félix, Emanuel Jorge Botelho ( o traquinas Jorginho da minha infância na rua do Saco - quem diria que se faria poeta..! )e os malogrados Santos Barros e José Sebag, todos, como o agora Comendador,a escrever com qualidade.
Mas sei, por amigos comuns de "guerras" já quase antigas, que é um homem de respeito e de carácter, para além do seu bom trabalho com as palavras..
Daí que o felicite, com atraso, mas com gosto.

Saudações atlânticas

João Coelho

Daniel de Sá disse...

José Augusto, obrigado.
João Coelho, uma surpresa esta sua mensagem. Até Novembro de 1973 eu fui quase nómada, só então me fixando em S. Miguel e na Maia definitivamente. E, nesse mês de Junho de 1975, começaram os meus problemas com alguns desvairados independentistas. Mas, no início do ano seguinte, estava tudo mais calmo, e até fiz parte da Junta Governativa, com o cargo de secretário (equivalente ao actual director regional) para a Comunicação Social e Desporto.
Sou muito amigo do Emanuel Jorge, de finíssimo estilo literário. Também tive contactos frequentes com o magnífico José Sebag, e era amigo de alma e coração do Emanuel Félix, o poeta perfeito, que morreu por se ter descuidado a tomar a medicamentação para a sua diabetes. Como me custou perder aquela alma tão sensível!
Um par de abraços.
Daniel

joão coelho disse...

Não sei se fica bem - sou novato nestas cenas bloguistas - estar aqui a dialogar com o Daniel..se for o caso, penitencio-me já..
É curioso, mas eu conheci E.Félix, J.Sebag e E.J.Botelho, "ao contrário", ou seja, lidei com eles, primeiro, por razões várias,não ligadas às letras, e só mais tarde conheci as suas qualidades literárias.
O E.Félix foi devido ao seu trabalho no Museu de Angra, num encontro em casa dele, antes do 25 de Abril - um homem assolado por terríveis "estados d'alma" que, se não erro, chegaram a levá-lo ao internamento hospitalar (mas julgo que mais tarde melhorou).
O Emanuel Jorge Botelho era meu vizinho na rua Coronel Miranda, vulgo rua do Saco, em P.Delgada; magrinho, irrequieto, dir-se-ia movido a pilhas..Tinha uma propensão forte para o "negócio",chegando a criar um sistema de rifas, que vendia aos vizinhos, com "prémios" recolhidos em casa (para desagrado da mãe, que via desaparecer objectos que prezava). Tudo para conseguir proventos que lhe permitissem beber uns "pirolitos" e ir às matinés do Coliseu..
O José Sebag conheci-o numa esplanada no Cais da Sardinha, em P.Delgada, no decorrer dumas festas do S.Santo Cristo, era ele oficial, miliciano, do Exército, ex-prisioneiro na India - e logo aí se bebeu muito, como aconteceu depois e ao longo de alguns anos, até à sua morte, sempre que o encontrava..Era um surrealista,(integrara o grupo do Café Gelo, em Lisboa) judeu assumido, sempre defendendo Israel e nunca aceitando as razões dos palestinianos.. capaz das atitudes mais incríveis e mirabolantes, quer na pacata cidade de P.Delgada, quer aqui na capital - numa ocasião, apareceu nos estúdios da RDP, com um carapau frito colocado no bolso do casaco, a cabeça do peixe de fora...mas, em simultâneo, um grande profissional de Rádio..
Falta o José Henrique Santos Barros, que conheci ainda nos Açores, mas já por via da Revolução dos Cravos. Mais tarde encontrámo-nos aqui em Lisboa, e ainda fiz com ele alguns trabalhos sobre o tema da "literatura açoriana". Desapareceu prematuramente, num acidente de viação em Espanha, com a sua mulher, Ivone Chinita, também ligada às letras, numa viagem que ele não ia fazer; só participou porque à última hora um dos passageiros desistiu da deslocação..
Sobra os "independentistas " teria muito a dizer, mas este não é o sitio indicado..Conto só um pequeno episódio.
Seis anos depois de ter saído, involuntáriamente, note-se, dos Açores, regresso a S. Miguel e, com um amigo vou à bela "tasca" do Gilberto, na Relva; sentamo-nos e um sujeito que já lá estava - que eu sabia ser o pai de um "caceteiro" da "FLA", que me incendiara o carro - cumprimenta o meu amigo e fica a mirar-me, indeciso..o meu amigo percebe e diz-lhe: "Não está e ver quem é..? é fulano de tal, filho de..que trabalhava, etc.."
O homem medita por uns segundos, a cara abre-se num sorriso largo e diz: "Ah, já sei!.. O senhor é aquele que foi para Lisboa como comunista, não é?!..."
Coisas da vida..
Um abraço, bom trabalho

João Coelho

Elisabete disse...

João Coelho,

Esteja à vontade: dialogue com o Daniel de Sá e com quem mais quiser! O meu blogue fica mais rico com os vossos conhecimentos. A propósito... também já fui à tasca do Gilberto e comi muito bem.
Partilhe connosco o amor às ilhas encantadas!

joão coelho disse...

Obrigado Elisabete, vc é uma jóia.
A tasca do Gilberto era/é um recanto delicioso..primeiro em P.Delgada, depois na Relva, o Gilberto, fanático do Futebol Clube do Porto a tal ponto que pintou a casa a azul e branco, tinha uma cozinha de 5 estrelas, mas para estomâgos fortes; a serra assada no forno, o polvo, os chicharrinhos na sertã, o arroz de lapas (que, em dada altura, por estar proibida a apanha de lapas, era anunciado como "arroz de marisco" ) tudo acompanhado a vinho de "cheiro" (o "morangueiro" aqui do Continente) servido ao "quartilho" - meio litro - em copos "aferidos" (eram copos de meio litro, feitos na Marinha Grande e com o rótulo gravado dizendo, "meio litro aferido")..na giría local também conhecidos por "pé de zaragata"...umas queijadinhas da casa para sobremesa e depois uma aguardente da "terra" ( um "bardis" para aquecer a garganta, diziam os pescadores da Calheta )..era caso para fechar dizendo "...seja pelas Alminhas do outro Mundo e pelo seu eterno descanso.."
A freguesia também era tipica: lavradores dos Arrifes, funcionários de serviços em P.Delgada,amigos do petisco e do copo com carteira passada pelo Sindicato,e forasteiros atraídos pela reputação do estabelecimento - o único que eu conheci, em tantas andanças, que tinha um empregado surdo-mudo..Ninguém escolhia lugar, onde havia espacinho sentava-se o rabo.
Em anos mais "modernos" começaram a aparecer senhoras na clientela ( e a ser aceites..) e foi, na circunstância, a primeira vez que ouvi, pela boca de um moçoilo local, que deslocava uns 120 ks, a expressão "eh, mê irmõ, que bocado de má caminho!" perante a entrada de uma bem apresentada jovem continental, que nem deve ter entendido o piropo...
Está por fazer um roteiro destas tascas açorianas..

Saudações marinheiras

João Coelho

João Coelho

Ibel disse...

Depois de ouvir o João Coelho fiquei cá com um apetite.
Abençoadas ilhas!

Anónimo disse...

Os homens realmente grandes são simples, por natureza. Ocorrem-me dois nomes, que se eternizam no pequeno Olimpo dos Jerónimos.

Fico comovido com tudo o que acabo de ler e ver aqui!

Parabéns, senhor Daniel de Sá!