
VISÃO
A J. M. Eça de Queiroz
Eu vi o Amor – mas nos seus olhos baços
Nada sorria já: só fixo e lento
Morava agora ali um pensamento
De dor sem trégua e de íntimos cansaços.
*
Pairava, como espectro, nos espaços,
Todo envolto num nimbo pardacento…
Na atitude convulsa do tormento,
Torcia e retorcia os magros braços…
*
E arrancava das asas destroçadas
A uma e uma as penas maculadas,
Soltando a espaços um soluço fundo,
*
Soluço de ódio e raiva impenitentes…
E do fantasma as lágrimas ardentes
Caíam lentamente sobre o mundo!
Antero de Quental
Vou "roubar-te" este magnífico poema de Antero de Quental
ResponderEliminarMinha linda esse póema é maravilhoso.
ResponderEliminarQue doce alma é a sua.
saudades.
Beijos no coração.
Será que me permitiria por em Pasargada?
ResponderEliminarDigo que peguei em seu blog.Eu juro.
Mais beijos
Antero...actual como sempre.
ResponderEliminarMagnífico.
Podem roubar à vontade. Os poemas do Antero são Património da Humanidade.
ResponderEliminarCris, não é necessário pôr o meu nome. É o nome de Antero que deve brilhar como merece.
Voltem sempre!
Tão lindo e tão plangente.Ao lê-lo, qualquer coisa chora em nós.
ResponderEliminarBeijinho!