segunda-feira, 11 de junho de 2007

IDÍLIO (Antero de Quental)

IDÍLIO
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Quando nós vamos ambos de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas.
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Ou, vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas,
Ao longe, no horizonte, amontoadas.
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Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua:
Sinto tremer-te a mão, e empalideces...
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O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.
Antero de Quental (18 de Abril de 1842 a 11 de Setembro de 1891)
que nasceu e morreu em Ponta Delgada
Portas da Cidade (Ponta Delgada/S. Miguel/Açores)

1 comentário:

Sol Poente disse...

AÇORES: a primeira maravilha do mundo.