quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A Poesia de uma amiga muito especial

No meu tempo de Natal

 

Era no tempo em que havia pai natal
que eu existia
puro dia tão leve
como a noite
que crescia
no sapatinho inocente
no fogão do meu passado
na árvore com estrelinhas
e nas luzes que piscavam
no pinheirinho enfeitado
com lume do coração
e anjos quase reais
que comigo adormeciam
a sonhar com pais natais.

 

Era no tempo dos meus pais
com a toalha de linho
tão branca quase de neve
tão pura como o menino
que nas palhinhas deitado
dormia tão sossegado
junto à vaca e ao burrinho
e no olhar de sua mãe
(como a minha ela maria!)
atenta e cheia de graça
adorando enternecida
a sua obra divina.

 

Era no tempo em que havia pai natal
que nada em mim se partia
e tudo me estremecia
numa doce avé-maria
junto ao presépio encantado
em que eu era a cinderela
com um sapato à espera
no fogão do meu passado.

 

Maria Isabel Fidalgo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Um jantar na Adega Lusitânia

6 de Outubro de 2009
O casal que, fundando a Adega em 11 de Dezembro de 1962, se tornou responsável por uns quilitos a mais dos seus clientes.
Um ambiente rústico e agradável.
Nas entradas, destaque para o queijo fresco com pimenta da terra e para a manteiga Milhafre.
A deliciosa sopa da Tia Urânia, servida em terrina da Cerâmica da Lagoa.
Não podia faltar a... Alcatra.
Para finalizar: café e tarte de coco e chocolate.
O sismo de 1 de Janeiro de 1980 fez os seus estragos, mas a Adega Lusitânia reabriu e continuou na mão da família.
Um dos recantos decorados com objectos e símbolos das ilhas.
Adega Lusitânia, Rua de S. Pedro, 63, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira.
Delicie-se!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Terceira Liberal: A MEMÓRIA

Angra do Heroísmo

Localizado no cimo do Jardim Duque da Terceira, na elevação onde a cidade nasceu, o obelisco da Memória comemora a passagem do rei D. Pedro IV, pela ilha Terceira, durante as lutas liberais. Foi neste outeiro que os primeiros povoadores se estabeleceram e nele construíram a primeira fortaleza da ilha - o Castelo de São Luís, também conhecido por Castelo dos Moinhos - ao redor do qual se desenvolveu um povoado medieval, ainda hoje visível nas tortuosas ladeiras que descem o morro. A pequena fortificação de defesa e de vigia do porto, e litoral circundante, localizada longe do mar, espelhava a ideia ainda medieval, continental e mediterrânica duma defesa em acrópole. Perdendo pouco a pouco a sua importância, à medida que Angra cresce em direcção ao mar e outras fortificações se erguem, o arruinado forte foi demolido, no século XIX, sendo as suas pedras aproveitadas para a construção deste obelisco em forma de pirâmide.
A primeira pedra da Memória ao Rei Soldado foi lançada no dia 3 de Maio de 1845, sendo utilizada, para o efeito, uma das pedras que o imperador pisou, quando chegou a Angra em 1832, e que havia sido recolhida no cais da cidade.
D. Pedro de Bragança (28º rei de Portugal e 1º imperador do Brasil), criador de duas constituições e paladino da causa liberal dos dois lados do Atlântico onde se fala a Língua Portuguesa, é personagem incontornável na criação do Portugal e do Brasil contemporâneos.
A Memória, cuja construção tinha terminado em 1856, foi destruída pelo terramoto de 1 de Janeiro de 1980. Reconstruída, foi inaugurada em 25 de Abril de 1985.
Jardim Duque da Terceira

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O arco-íris na Ladeira de São Bento

ILHA TERCEIRA
Angra do Heroísmo
6 de Outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Na Ilha Terceira

BISCOITOS
(Freguesia do Concelho da Praia da Vitória, que deve o seu nome aos terrenos formados pelas lavas provenientes das erupções vulcânicas, óptimos para o cultivo da vinha)
4 de Outubro de 2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Luz delicada

ILHA DAS FLORES
Rocha dos Bordões
Tenho a impressão de que há nas Flores a luz mais delicada dos Açores, a luz vaporizada que se sensibiliza a todos os momentos.

Raul Brandão

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ANTHERO: Sempre!

Finalmente a RTP 2 passou, ontem à noite, o filme de José Medeiros, ANTHERO - O Palácio da Ventura. Só o soube porque um amigo, residente em S. Miguel, me alertou. Quando liguei o televisor já tinha começado. Quando chegou ao fim, quase duas horas depois, só queria era continuar pela noite dentro: pela excelência do trabalho, porque me comovi, porque senti o meu amor crescer, se isso ainda é possível, pelo poeta.
Agora fico à espera que volte a ser transmitido e que o DVD seja colocado no mercado.
O Palácio da Ventura
**********************
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
*
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
*
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
*
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
Antero de Quental
Na minha rápida passagem por S. Miguel, no final de Agosto, reservei uma manhã para procurar o seu túmulo no Cemitério de São Joaquim, em Ponta Delgada. Não foi difícil: encontrava-se logo à entrada, num jazigo modesto em que está também sepultado o seu pai.
Um encontro espiritual e um misto de saudade, melancolia e beleza que jamais esquecerei...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ilha do Corvo

O Corvo não tem peso no mundo, mas nunca senti como aqui a realidade e o peso do Tempo.

Raul Brandão

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um presente chamado ZECA MEDEIROS

No passado dia 26 de Agosto, chegámos a Ponta Delgada a meio da tarde. Depois de nos instalarmos, demos um passeio pela cidade e quando, próximo da hora de jantar procurávamos um restaurante, passávamos pela Praça do Município, encontrámos um palco onde Zeca Medeiros ensaiava para o concerto a realizar dali a umas horas.
Tencionávamos ir à Ribeira Grande nessa noite. Mas como não aceitar este presente inesperado que a vida nos oferecia?
Fomos jantar e... depois, sentámo-nos todos contentes em frente ao palco, onde nos foi servido gratuitamente um espectáculo fabuloso. Não foi surpresa para mim. Gosto muito do Zeca Medeiros e conheço a qualidade dos seus trabalhos. Não esqueço o Cinefilias e Outras Incertezas, que pude ver, há anos, no Teatro Ribeigrandense.
A meio do espectáculo, a chuva resolveu assustar-nos, mas ninguém arredou pé.
Ele há coisas boas!... E esta foi uma maneira excelente de começar as férias.
Aqui ficam fotografias, programa e nota biográfica.
clicar para aumentar