quinta-feira, 7 de junho de 2007

Atlântida: mito ou premonição?

A LENDA DA ATLÂNTIDA
"Conta-se que houve em tempos um continente imenso no meio do oceano Atlântico chamado Atlântida. Era um lugar magnífico: tinha belíssimas paisagens, clima suave, grandes bosques, árvores gigantescas, planícies muito férteis, que às vezes até davam duas ou mais colheitas por ano, e animais mansos, cheios de saúde e força. Os seus habitantes eram os Atlantes, que tinham uma enorme civilização, mesmo quase perfeita e muito rica: os palácios e templos eram todos cobertos com ouro e outros metais preciosos como o marfim, a prata e o estanho. Havia jardins, ginásios, estádios... todos eles ricamente decorados, e ainda portos de grandes dimensões e muito concorridos.
As suas jóias eram feitas com um metal mais valioso que o ouro e que só eles conheciam - o oricalco. Houve uma época em que o rei da Atlântida dominou várias ilhas em redor, uma boa parte da Europa e parte do Norte de África. Só não conquistou mais porque foi derrotado pelos gregos de Atenas.
Os deuses, vendo tanta riqueza e beleza, ficaram cheios de inveja e, por isso, desencadearam um terramoto tão violento que afundou o continente numa só noite. Mas parecia que esta terra era mesmo mágica, pois ela não se afundou por completo: os cumes das montanhas mais altas ficaram à tona da água formando nove ilhas, tão belas quanto a terra submersa - o arquipélago dos Açores.
Alguns Atlantes sobreviveram à catástrofe fugindo a tempo e foram para todas as direcções, deixando descendentes pelos quatro cantos do mundo. São todos muito belos e inteligentes e, embora ignorem a sua origem, sentem um desejo inexplicável de voltar à sua pátria.
Há quem diga que antes da Atlântida ir ao fundo, tinham descoberto o segredo da juventude eterna, mas depois do cataclismo, os que sobreviveram esqueceram-se ou não o sabiam, e esse conhecimento ficou lá bem no fundo do mar."
Ângela Furtado-Brum, Açores, Lendas e Outras Histórias

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Todos ouvimos já falar do continente maravilhoso que, segundo Platão, ficava para lá das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) e que, um dia, se afundou e desapareceu, engolido pelo Oceano Atlântico.

Claro, que os cientistas afirmam que esse continente nunca existiu. Mas também há quem, inclusive, se lembre de ter vivido na Atlântida, numa vida anterior.

Não vou afirmar o que não sei, mas que me apraz pensar que as ilhas dos Açores sejam os pontos mais altos dessas terras submersas, é um facto.

Uma lenda é um mistério, é do reino do imaginário e dá um pouco de cor à vida cinzenta do quotidiano. Para mim, as "ilhas de bruma", têm esse encanto. Aparecem e desaparecem, envolvem-se no nevoeiro e fazem-nos sentir que estamos perto do divino.

Um dia, vou contar o que sinto, sobretudo em relação a S. Miguel, o modo como viver na Ilha me transformou numa pessoa diferente e é, para mim, o lugar que conheço que mais se aproxima da ideia de paraíso.

Talvez a Atlântida não tivesse, de facto, existido e, por isso, não se deu aquele horrível cataclismo. O meu medo é que ele seja "coisa do futuro". O aquecimento global do planeta Terra não pára; o degelo está a acontecer. Estará Portugal, no seu todo, condenado a voltar às profundezas do mar? É isso que me assusta. Se passado, presente e futuro coexistem, em diferentes dimensões... Quem sabe quando as coisas acontecem?

1 comentário:

Terceirense disse...

Não a conheço mas pela leitura dos seus artigos é como se tivesse encontrado um "anjo" ou uma "deusa das ilhas". A forma como as canta e entoa faz-me encantar com sua pessoa.

Vim aqui ter porque a avistei no Porto das Pipas, de Miguel Azevedo e gostei de aqui aportar.

Obrigada