Amanhã, 24 de Setembro, pelas 19.30 h, será lançado o novo livro de Daniel de Sá, "SANTA MARIA, a ilha-mãe". A sessão de apresentação será presidida pela Directora Regional do Turismo, na Vila do Porto, ilha de Santa Maria.
Daniel de Sá, que é natural de S. Miguel, viveu em criança em Santa Maria. Este livro parece ser uma viagem às memórias do passado, visto "com os olhos da saudade" que, como ele próprio diz, tornam as coisas mais belas.
Atrevo-me a deixar aqui umas "migalhas", para aguçar o apetite, do "manjar" que Daniel de Sá, com toda a certeza, nos vai servir.
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“À paisagem mariense, austera e bela, desigual e majestosa, corresponderam os homens com delicadeza, como que pedindo licença para ferirem vales, montes e planície com a sua presença abrigada. [...]
Casas feitas à medida humana. Com uma ténue semelhança de serem humanas elas mesmas, na frequência de fachadas só com uma porta e duas janelas. Até as chaminés mais antigas não se erguem muito acima dos telhados. As redondas vão um pouco mais alto, na sua elegância de navio a vapor. [...]
Se das povoações açorianas algumas merecem que se as compare a um presépio, é aqui que a comparação será mais acertada. [...]
Mas o presépio perfeito é Santa Bárbara, com as suas casinhas espalhadas por cerrados e outeiros, emolduradas por barras de azul-anil nas empenas, portas, janelas e ao rés do solo. Se o Valverde estará próximo da cor de Belém, nesta freguesia serrana, onde a ilha parece outra, já coberta de vegetação abundante a que não falta a laurissilva, basta imaginar umas leivas de musgo à volta do povoado para se ter a visão da maneira mais tradicional de armar o presépio nos Açores. [...]
Todos os visitantes deveriam poder ver os lugares aonde vão com olhos de saudade, porque só vista por eles a verdade se transfigura até à sua dimensão total. [...]
A outra espécie de museu é o miradouro da Vigia da Baleia, no caminho para a Maia, que lembra que em Santa Maria, como em todas as outras ilhas dos Açores, a aventura daquela caça também garantiu melhor sustento a muita gente. [...]
Ali floriram muitos laranjais. E poderia produzir-se tantos cereais como outrora, restando desses tempos as matamorras, covas onde se escondiam as provisões de boca que queria proteger-se dos ataques de corsários e piratas. [...]
São Pedro é o primeiro lugar do Mundo com que se tecem as memórias da minha vida. Devo-lhe isto para sempre. [...]”
3 comentários:
Parabéns pelo excelente conteúdo do seu blogue!
mcb
http://mcbinfo.wordpress.com
Fico à espera de poder ler na íntegra.
Obrigada pelos comentários. Espero que gostem, tanto como eu, dos Açores e dos livros do Daniel de Sá.
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