domingo, 6 de janeiro de 2008

As Coisas que Vamos Perdendo

Ribeira Grande

O Café Central, enquanto vivi na Ribeira Grande, era de facto uma espécie de ponto de encontro de amigos e das pessoas que, por qualquer razão, visitavam a cidade.

Gostava de ir até lá tomar o meu café e ler o Açoriano Oriental ou um livro. À noite, quase sempre me encontrava com colegas e amigos em animadas discussões.

Entrar no Central e ser acolhida pelo sorriso aberto do Sr. Paulo (o Paulinho: sempre bem dispoto e pronto a ajudar o próximo), encontrar na mesa do costume o Dr. Sampaio e os seus amigos, "dar dois dedos de conversa" à D. Zélia se estivesse em "dia sim", fazia com que me sentisse em casa.

O café funcionava, também, como sala de visitas das personalidades que gravavam programas para a RTP Açores ou participavam em espectáculos, no Teatro Ribeiragrandense. Tanto podíamos tropeçar no Onésimo, como na Filipa Pais ou no Zeca Medeiros. Estávamos sempre bem informados das actividades culturais, a que na generalidade não faltávamos.

Quando, há mais ou menos ano e meio. lá entrei não reconheci o "meu café". Já sabia das mudanças mas... mesmo assim foi um choque. Agora, se bem me lembro... até já nem existe.

Sei que "o mundo é composto de mudança" e que nada é para sempre, mas ver desaparecer os lugares que, num dado momento, fizeram parte do nosso quotidiano, é como se com eles partisse uma parte de nós.

Enfim... deu-me para a saudade do Café Central. Apenas uma das muitas coisas, da "minha ilha", de que tenho saudades.

4 comentários:

helder disse...

É verdade, muitos foram de facto os serões passados à volta da mesa do café Central.Combinaram-se caminhadas pela Ilha, passeios por outras Ilhas... O tempo passa, os cafés vão fechando, mas os amigos vão permanecendo.
Helder

Elisabete disse...

Claro! E isso é, sem dúvida, o mais importante. Vocês são uma espécie de raízes que me prendem, também, às ilhas e às recordações que guardo no coração.

Elsa disse...

O Café Central? Pois claro! Esse café era quase a minha segunda casa. Ir tomar café às 20.00h e tinha sempre tempo para tudo. Agora não vou ao café não tenho tempo para nada.
Boa?
Tens razão Elisabete fizemos bons amigos naquele café!
Também tenho saudades.
Bjs

emfrosa2

Elisabete disse...

Daqui a pouco estamos todos a chorar... tais são as saudades!!!