Quando acharam o Pico,
Portugal ficou mais rico
E mais pertinho do céu.
Lá na montanha da Ilha
Até a neve, quando brilha,
Imita um lindo véu.
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Ali há lobos do mar
Que conseguem irmanar
O mar com a sua aldeia;
Souberam ganhar o pão,
Cavando o duro chão,
Ou matando a baleia.
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Lá, nas fendas dos rochedos,
As figueiras e os vinhedos
Vivem ali abraçados.
É assim aquela gente,
Faz vinho e aguardente
Que são tão apreciados.
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O Picaroto é pedreiro,
Lavrador ou marinheiro,
É doutor ou artesão;
Mas, naquela Ilha inteira,
Todos procuram maneira
De ganharem o seu pão.
José Soares, in "O Canto de um Lavrador"
BLU edições
6 comentários:
Gostei muito de conhecer.
Obrigado.
Gostei sobretudo das figueiras e dos vinhedos abraçados.
Um abraço também.
Seja bem vindo, José Augusto Soares. Encontrei o livro, na minha última visita a S. Miguel, e trouxe-o comigo.
Este lavrador-poeta é bem interessante! Ainda bem que gostou.
Um abraço
Tem razão, Ibel. É uma imagem bonita.
Cada vez tenho mais pena de não saber escrever poesia!
Vou-me alimentando da que leio, o que já não é mau. Não é, minha poetisa de estimação?
Outro abraço
Ao "passear" pela net eis que encontro aqui um dos sentidos poemas do meu querido avó... Ainda bem que ainda há gente que não o tenha esquecido pois era uma pessoa da terra com educação básica escrevendo poemas pra matar a solidão... Obrigado pela divulgação de um dos poemas dele....
Ao "passear" pela net quem fui encontrar cá uma foto do meu avó e um dos seus poemas sentidos...
Adorei que ainda haja quem se lembre dele...
Ao "passear" pela net quem fui encontrar cá uma foto do meu avó e um dos seus poemas sentidos...
Adorei que ainda haja quem se lembre dele...
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