Joaquim Teófilo Fernandes Braga [escritor, filólogo e político] nasceu em Ponta Delgada (S. Miguel), em 24 de Fevereiro de 1843.
Estudou Direito, em Coimbra. A partir de 1861, juntou-se à Geração de 70, grupo de intelectuais que criticava o estado da Nação e era a favor da implantação da República.
Quando, em 5 de Outubro de 1910, é proclamada a República, Teófilo Braga, que era deputado, foi escolhido para presidir ao Governo Provisório que governou Portugal, até ser eleito o primeiro Presidente da República.
Em menos de um ano, este Governo conseguiu: manter a ordem pública; tornar o novo regime mais forte e ser reconhecido pelos principais países estrangeiros; preparar as eleições para a Assembleia Constituinte, que elaboraria a Constituição Política da República Portuguesa. Os republicanos:
-Substituíram a bandeira (que, de azul e branca, passou a vermelha e verde);
-Adoptaram um novo hino nacional, A PORTUGUESA [nascida da onda de patriotismo que levantou os portugueses contra os ingleses, face ao Ultimato Inglês];
-Substituíram a moeda portuguesa, o real, pelo escudo;
-Reconheceram, aos trabalhadores, o direito à greve;
-Criaram novas leis da família, com mais direitos para as mulheres;
-Iniciaram uma reforma da Educação, estabelecendo o ensino obrigatório e gratuito, dos 7 aos 10 anos;
-Elaboraram a lei da separação da Igreja e do Estado.
Depois da Constituição ter sido aprovada e da eleição de Manuel de Arriaga [outro açoriano ilustre, mas do Faial] para primeiro Presidente da República Portuguesa, Teófilo Braga regressa ao seu lugar de deputado.
A 29 de Maio de 1915, depois dum complicado processo em que Manuel de Arriaga se vê obrigado a abandonar o cargo, Teófilo Braga vai substituí-lo, assumindo a presidência até à tomada de posse do novo presidente, Bernardino Machado, em 5 de Outubro de 1915.
Depois de abandonar a política, sozinho por morte dos seus familiares mais próximos, dedica-se à escrita. Ao longo da vida, escreveu mais de 300 livros.
Morre, no seu gabinete de trabalho, em Lisboa, em 28 de Janeiro de 1924.
"Como homem de máos instinctos que, forçada uma casa alheia, e entrando nella, lhe roubasse o melhor thesouro dos seus cofres, e sahisse com elle muito aconchegado ao peito, [...] assim nós, ha dias, sahiamos do gabinete de trabalho do nosso excellentissimo mestre, o snr. Theophilo Braga, depois de termos recebido da sua propria mão o primeiro volume da sua collecção, subordinada ao conceito de Alma portugueza, - que elle quiz iniciar, publicando primeiramente Os doze de Inglaterra. Era este livro o nosso thesouro que traziamos muito achegado ao peito.
Theophilo Braga pouco nos disse d'esta obra. [...]
4 comentários:
Hoje o meu acordar e o meu beijo matinal vão para si. Logo voltarei pra comentar sobre Teófilo Braga.
Que bom ser lembrada logo pela manhã.
Obrigada e um beijinho
Teófilo Braga ainda deixou registada a mais completa colecção de folclore oral açoriano (contos, lendas, romanceiro, cancioneiro...). Infelizmente, só parte dessa obra se encontra no mercado. O restante parece que já ninguém procura nas prateleiras das bibliotecas.
O que é preciso é divulgar essas coisas, Luce.
Muitas vezes, é por desconhecimento que não se procura. Desafio-o a dar aqui informações do que conhece e de onde é possível encontrá-lo.
É para dar a conhecer os Açores, em todos os aspectos, que este blogue existe. Não porque eu seja especialista, mas porque amo as Ilhas.
Obrigada pela sua participação.
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